Eu adorava viajar
Lá pras bandas do sertão
Pra matar a saudade
Que existia no meu coração
Gostava de ver a fazenda
E os velhos companheiros
O imenso cafezal e matas
Os carros e os bois carreiros
O retiro e rios e matas
Aquelas vacas leiteiras
O farturento pomar
Também as velhas mangueiras
Hoje um poderoso milionário
Dono de dinheiro e ganância
Comprou toda propriedade
E também da vizinhança
Quem passar por lá
Ver aquilo tudo acabado
Em um imenso canavial
Tudo foi transformado
Até a sede da fazenda
Também foi demolida
Sinto em meu coração
Uma saudade dorida
A casa de colono onde nasci
E passei parte da minha vida
Também foi uma das primeiras
Que foram bem destruídas
Até a mata do macaco bugil
Onde tinha todo tipo de caça
Foi totalmente destruída
Também me fez perder a graça
Foi um lugar abençoado
De fartura e felicidade
Com tristeza os colonos
Tiveram que mudar pra cidade
Falar de João Rabiço é falar de gente, do povo mineiro, dos casos causos, rimados, sérios ou engraçados. É falar de luta, trabalho e sonhos. É falar de família, amigos, plantas, bichos, dos tempos idos e vividos, do agora, da fé. Fé em Deus e nas pessoas, fé nos sonhos, em mudanças e consertos. João Rabiço é tudo isso, mesclado e encorpado, incorporado no objetivo de fazer rir ou pensar, homenagear ou alertar sobre coisas do dia-a-dia de cada um ou de todos nós. Marlene Mendes Laranjo
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